domingo, 9 de agosto de 2009

Não há tempo.
Não há tempo para o futuro que me tentas perceber, imperceptível.
Sem querer marcas-me as veias com o teu sangue,
E não o querendo, desejo-o.
Mas mais não, se no que escrevo te incluo em pensamentos.
E pensando és terramoto de desejos,
E sentindo és maremoto de emoções.
Mas não sei o que sentes.
No final, sinto-me o nada de não ter o que te dar, como te dar.
De não o conseguir...
No final, não tenho o nada, mas o tudo de pensar que só te tive.
Não sei se gostaste,
Por momentos sinto-te, como disse, imperceptível.
Tens um olhar misterioso, mas não há tempo.
Não há tempo para me agarrar,
Não há tempo para penetrar...
Não há tempo para te ler nas entrelinhas...
Não há espaço para nelas me escrever.
Dói-me o facto de sentir-me não te ter quando te tenho.
E o ninguém que finjo que és é o entretanto.
E o entretanto não me chega para te ler...
Ai!
Foi depressa que me entraste com sorrisos.
Pela pele passaste lágrimas que saem de sorrisos, do calor...
E aqui ficaste,
E eu não te quero chorar.
Porque viemos aqui chegar, se não há tempo?
Não existe o tempo.
E o hoje ou o momento é um compromisso.
Não que te queira perder, não, não é isso.
Mas ganhar-te dói-me mais ao não te ter.
Não sejas assim, um desabafo.
Sê assim, sim, aquele carinho onde entrelaço
Cada sonho ou ternura, em mim, viver...
E o que sinto é que talvez não queiras ter
As minhas lágrimas nas tuas veias trespassadas.
Diz-me o que tens nelas.
Ou então, rouba-me o pensamento,
Pois deixarei de pensar que não há tempo...

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