segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Hoje cheirei o Verão.
Soube-me a trevas.
Lambi o calor do gelo
E senti-me como me levas.

Hoje cheirei o Verão
E bati com força na areia.
Puxou-me, movediça, então.
E eu presa sou bela e sou feia.

Hoje cheirei o Verão
E deixei-me afundar no Inverno.
Não sei o que o tempo me passa,
Senti-me floresta, em dia de caça,
Queimei as palavras, perdi-me no Inferno.
Queimei os cabelos no que não é terno,
Fechei-me em janelas
A olhar para o nenhum,
Cheirei o Verão,
Fechei-me no Inverno.
Mais quente.

Hoje cheirei o Verão,
E deixei-me fundir-me.
Já sinto a Primavera...
Sou eu a iludir-me.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Olha-me outra vez...
Sou frágil esta manhã. Parte-me.
Olha-me outra vez
E diz-me o que vês.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um dia quis ser na chuva
O que resta do teu olhar.
Deixei-me perder no tempo
Por não ter onde ficar...
Fiquei na chuva.

Vou chamar da terra o mar,
Deixar-me afundar na sua areia...
Perder-me por não ser gente,
Achar que não sei falar,
Ser corpo sem raiz, que se semeia.