sábado, 26 de outubro de 2013

Nunca em mim.
O que finges saber
Não serve de calço
Ao teu tormento.
O que sabes é menos,
E o que dizes
São apenas
Suspiros plenos.
Nunca te perdeste,
Inventas os caminhos que pisas,
Gritando que os sabes decor.
Nunca em mim.

Podia ir mais longe,
Mas retribuir loucuras
Nunca foi o meu forte.

As recordações são mais puras
Que o que fica de cada morte.
Nunca em mim
Ficarás eterno além
Dos segundos
E se não entregas o teu bem,
Não serão juntos
Nossos mundos
Nunca em mim.
Ficar na música, um dia,
Onde te deixaste.
Elevas-me de onde o tempo me fugia,
Nada em mim guardaste.
Um passo, só te peço um passo.
Num segundo me desfaço em poesia,
E, de ti, só tenho um mundo
Que largaste em mim
Para veres se se partia.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Na morte o que é sentir, pergunta o vento.
O vento vive em prol do seu tormento,
Tal como eu, ao invés de tudo,
Fica a loucura de um grito mudo
De silêncio.

A alma faz-se tocada pelo vazio
E o corpo partilhado, razio ao extremo da loucura
E assim se mentem,
Inventados de razão,
E assim se leva a paixão,
Pergunta o vento,
Tal como eu, ao invés de tudo:
Invisto o meu corpo inventado
Nessas mãos.
Fica a loucura de um grito mudo
De silêncio.
Estagnado no momento
Em que a alma se faz tocada pelo vazio.

domingo, 6 de outubro de 2013

És quimera.
E pisas o teu mundo
Quase no fundo
Da vontade
De quem não quer.


Fazes esse mundo
Escrito nas palavras
De quem não sabe escrever.
E sonhas na ansiedade
De o viver acordado

Agarrado à verdade
De quem não quer saber.


Fazes-te desconhecido de ti mesmo,
Faze-lo somente por fazer.
Conhecer cada recanto do que sonhas,
Na ansiedade de o fazeres acordado,
É só o que te deixa viver.