domingo, 14 de setembro de 2014

Fui saber se alguém falava
Uma outra voz além da tua
Após as estrelas.
E fui, após as estrelas,
Muito além depois da Lua
P'ra escutá-la.

Nada dizia essa outra voz
Que se pensava mais que a tua,
Hoje, ao deitar-se.
Foi no silêncio que prendi
Esse teu corpo, de mim nua
A apoderar-se.

E as vezes que me ouviu cantar
Foram, sim, poucas
A julgar que te encantava.
Mesmo que encante o teu pesar,
Sabendo-me capaz de amar,
Já eu te amava.

Não peques por te engrandeceres,
Estas palavras nada são
De madrugada.
A rima vai desvanecer,
E o encanto desaparecer,
Não vão ser nada.

Permie-me antes que te diga
Que aquilo que me castiga
Nada mais é que onda parada,
Saudade que não foi sarada.