sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Hoje acordei cheia de esperança de morrer,
Perder-me, onde fiquei, onde me foste tu saber...
Mas nunca lá me soubeste..
E a esperança, em revolta se envolveu.
Pediu-me resistência nas palavras que sofreu,
Que me encontro escorregando no meu leste, no teu norte....

Hoje acordei cheia de esperança de morrer,
Mais que a claustrofobia de saber-me não te ter...
Porque no sonho te falei, te pedi braços persistentes...
Quis saber-me confortável no conforto que me mentes....
Ai...........

Tinhas que te deixar levar pelas palavras, pela ciência não exacta.
Ciência são experiências, reais, sem tempo, sem data...
Roubaste-me essas palavras que eu nunca te direi,
E fizeste-mas falar por meios que nunca usarei....
Não estou... Não estou aqui, nem estarei.
Repudio-me por ser-te nas palavras que aqui escrevo.
O que temo não me deixa e o que deixo em ti o temo.
Não sei o que te darei, muito menos o que devo.
Foste vão por seres palavras e tudo por me teres medo...
Tinhas medo do meu amor, que de amor já está queimado,
Nas cinzas das quais nasceu de novo,
Foi rejeitado.

Não sabes o que é amor, não sabes o que é amar. Vais ser vão nessas palavras, imaturo nessas mágoas, calor no frio que sentes, pois vazio é o que mentes, por muito mais que o não tentes....

Não darei mais, escrevo eu. Mas fujo às palavras p'ró céu, mas fujo ao calor p'ró relento... Mas eu tento... Eu tento!...........Eu tento.......

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Nunca mais eu vi as estrelas,
Perdeste-te na noite só por vê-las
Esqueceste-te das cores que tens ao tê-las,
E roubaste-mas, do meu céu.
Fingiste-te seres tu desentendido,
Por achares tu mal que eu as tinha tido,
Mas Foi porque tas dei que as tiveste,
As estrelas daquele céu que me reveste.
Nunca mais as vi.
E, com esperança, estou a pé pré-alvorada.
Mas não dá, e sem que queiras foi para ti
Que o fogo reservou noite matada.
Nunca mais, e sei que não te importas com o desgosto.
As palavras são carinhos no teu rosto,
E eu? Eu nada sou. Nem nada do que te dou.
O que te dou é tempestade,
Inundações de vaidade,
Carinhos sem ter amor...
Talvez não, mas o que o vales,
Não chega para matares
O desgosto das palavras, que me dizes por me amares.
Por não teres mares....
Por não teres praias...
E a revolta em mim é tanta
Que desejo que não caias...
E os pontos não se acabam,
Porque um dia vi palavras e palavras não me viram,
Deixaram-me desgastada nas amarras do que queriam...
Deixei de te querer palavras.
Um dia pedi-te estrelas....
Mas as estrelas que me amavas
Não eram assim tão belas....
Aquelas? Nunca mais as vi.....

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Foram retratos.
E numa casa velha me abrigaste.
Ouvia-se ranger por entre as telhas
O brilho das estrelas que roubaste,
Para me oferecer.

A lua mais pesada ficou lenta.
Caiu, como minguante que seria.
E nas paredes, luas desenhavas,
Num rio com sabor a maresia.

Foram retratos.
E foram quadros de um por do sol perdido.
E a areia que guardei entre os meus dedos,
De ter pisado no mar recolhido,
Foi só tua.

Quiseste que não fosse o que te tenta.
Mas fui sem o saber, porque me encolhe.
Fui em vão, porque o que resta não me alenta.
E o que fica és tu quem pensas que recolhe.

Nada. Nem um retrato.
Não expus circunferência preenchida.
Nada foi, porque o que dói é mais que um acto,
E não sabes tu ler a palavra mais lida.
Ou será só o que tu sabes?