terça-feira, 28 de setembro de 2010

Só me apetece dormir...
E tenho dormido tanto que nem me lembro de sonhar coisas que me inspirem.

sábado, 18 de setembro de 2010

Nunca te pedi um poema
Poemas doem demais....

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Do lado de fora, bateram à minha janela...
E eu abri. Deixei entrar.
Chamou-me o vento por ela,
Sozinha deixou-me a voar.
Cá fora só ouço um gato,
Que mia, com desespero.
E as estrelas, que brilhavam
Estão hoje tapadas com nuvens,
Como se tivessem medo.

Do lado de dentro, bateram à minha porta...
Não quis que pudessem sair,
Arrombaram-me as certezas,
Quebraram as 4 paredes,
Deixaram entrar tristezas...
Roubaram loucuras.
Lá dentro, ouço o relento
Que desejava lá fora.
Agora já não há nada,
Vou dormir, pois está na hora.
Como foi?
Como foi que o céu azul foi encarnado,
E vermelho se despiu fã do seu fado,
Que cantado foi martírio no que sou...
Como foi que se passou?

Como é?
Que agora o tempo tem sentido,
E sentido é mais ainda que medido,
Seus segundos são passados e corrói...
Como é que sou quem foi?

E será?
Será que o vento cobre o meu tormento,
Se o levar leve, recolhe o alento,
Por baixo do Outono que virá?
Será que um outro beijo me rejeita,
Sabendo que sou fel à tua ceita,
Aquele que de nome não ficará?
Mostrar-me-ás tu, de longe, o caminho,
Desenharás um trevo no meu pé,
Serás tu a sonhar-me no relento,
Porque o que seria já nunca é?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Oferece-me uma rosa que roubares do teu jardim.
Deixa-me dar-lhe o perfume que um dia senti em ti.
Se do medo formos escravos, decerto queres que a devolva,
Deixa-me seca-la em sonhos, p'ra que eterna se dissolva...
As palavras fogem-me, como as memórias.
Não sei dizer o que não tenho,
Não sei viver o que não sonho.
Fogem-me, não as agarro,
Não há tempo p'ra render-me ao seu engenho.
São palavras que se mentem,
Carinhos que se inventam,
Miragens que me alentam,
No meu perfeito egoísmo.
Vou dispensar-me do fardo
Daqueles que sofrem de mim.
Quero olhar p'ró horizonte
E dizer que é mesmo o fim.
Que não espero mais pelas palavras,
Que não jogo mais de versos,
Que o que digo são amarras
E o que esqueço é o inverso.
Não mais.
Não me vou deixar sofrer pela tortura,
Que escrever é a mentira que mais cura.
Vou desmentir-me poeta, pois me invento.
E se as palavras me fogem é porque lhes traz alento.
E não quero rimar, pois me adivinho.
E ao sonho peço-lhe apenas:
Deixa-me ler-te sozinho.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O teu nome é o que começa no Mar
E acaba em Terra,
E este é o último poema que lhe escrevo.
É certo que não sabes quem diz nem, bem, quem erra,
E descobri-lo será o teu maior medo.
Serás tu assim, barco de remos?
Ou pensas que no vento tens guarida?
Perdoo-me por querer navegar-te
Numa viagem de volta sem ida...
Mas sou, pois, chama acesa que se abate,
Por razões que no tempo não se tentam.
E tentando sem fim que o céu se mate,
Resta-me a Lua e estrelas que se inventam.
Recordo neste céu que, vão, me cobre,
As nuvens que, de chuva, não tocámos.
Quem sabe, esperarei morrer de frio,
De um dia, que de quente, confortámos.
Já foi mais longe o tempo que o que foste,
Mas gasto-o, sem querer. Reles esperança!
Fui noite e ao dia queres que me encoste,
Palavras caladas numa aliança!