sábado, 23 de outubro de 2010

És paz em chama acesa que consome.
És quente em mim, na pele arrepiada...
És frio numa noite de Outono,
Inverno em solarenga madrugada.

És mítico poema num olhar,
Que por não ser palavras, julga tudo.
És eterna conversa que se cala,
Sem desejo que, nisso, sejas mudo.

Não queria escrever estas palavras,
Pois se és, és mais que mera descrição.
Feliz posso eu ser, que me prometes,
Escrever-me nos dedos da minha mão...

Sentiste-me o destino, se ele existe.
E adubaste a flor que em mim plantaste...
Mais tarde nada vou ser, que o meu destino,
Pensando que em mim o desenhaste...

domingo, 17 de outubro de 2010

Pede-me um segundo.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Vou fugir ao que é terreno,
Mas vou dançar.
Pôr o vento numa caixa,
Para deixar de voar.

Vou cair lá no horizonte,
Pois foi lá que me perdi.
Enterrar o uivo no monte,
Achando que o lati.

Se for chuva, vou escorrendo,
Até que me vou bebendo,
As árvores saciar,
Até me saber cantar.

Na água de um rio me ponho,
Na lama das margens me afundo
E numa poça me sonho,
Achando nas nuvens um mundo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Saíste para a rua,
E pisaste o ladrilho.
Achaste que por seres teu
Que a rua era, também, tua,
E seguiste no seu trilho.

Fizeste questão de pisar
Cada pedrinha no chão.
Chutá-la com tanta força
Como a do teu coração.

Queria escrever os teus passos,
Ao som do cão que ladrou.
Fugir sem contar com a lua,
Esquecer se são eles devassos,
Correr como o céu andou.

Ia fazer companhia,
Ao relento que sorria...
Surgir como se fosse sonho
Ou uma mera fantasia.
Acordar, e ficar a ouvir...
Os teus passos no ladrilho.