sábado, 26 de janeiro de 2013

Fecho os olhos
Para não me veres.
Chama-me a loucura
À razão de não me quereres, vento.

E eu fujo com mais força,
Finjo com mais força,
Mas não fico.
Fico onde não sopras,
Ó vento,
Nessa última recordação
Que não guardo
Do teu carinho.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Vais soluçar na água que te lava
No teu banho de socalcos desenhados,
Só para saberes o que o amor crava,
Nos teus pés ainda descalços.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Escrevo uma ode ao tempo
Que não me afagou,
E ao frio do relento
Que não me aconchegou.
Peço-lhe esperança
Para não dizer
Que o que fica do tempo
Não sabe viver.
Escrevo uma ode à água
Que não se lavou
Por toda a mágoa
Que em mim deixou,
Que não se fique
Sem transtorno,
Que ao volver
Em mim me torno,
E essa ode que escrevo
Ao tempo,
Lava-a a água
Sem tormento.