quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Foram retratos.
E numa casa velha me abrigaste.
Ouvia-se ranger por entre as telhas
O brilho das estrelas que roubaste,
Para me oferecer.

A lua mais pesada ficou lenta.
Caiu, como minguante que seria.
E nas paredes, luas desenhavas,
Num rio com sabor a maresia.

Foram retratos.
E foram quadros de um por do sol perdido.
E a areia que guardei entre os meus dedos,
De ter pisado no mar recolhido,
Foi só tua.

Quiseste que não fosse o que te tenta.
Mas fui sem o saber, porque me encolhe.
Fui em vão, porque o que resta não me alenta.
E o que fica és tu quem pensas que recolhe.

Nada. Nem um retrato.
Não expus circunferência preenchida.
Nada foi, porque o que dói é mais que um acto,
E não sabes tu ler a palavra mais lida.
Ou será só o que tu sabes?

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