sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Camuflas o teu olhar,
Não te entendo.
Dizes que roubas o silêncio às minhas palavras,
Mas eu nunca te ouvi falar em silêncio.
Porque me desenhas assim, não sei,
Mas incrimina-me o facto de não poder usufruir do teu carinho.
Fazes-te implicativo no que me implicas.
Implicas-me saber o que pensas,
Imaginá-lo doi-me,
Se não o posso ter.
Ainda mais, se não te posso ver.
E não imaginas, não,
O quanto me fazes sofrer.
Não sei se o queres por eu o querer,
Não sei se o sentes por não o sentir,
Achas que me fazes rir...
Mas tem-me!
Impede a minha alma de falar,
Já que o consegues com o teu olhar.
Impede a minha boca de falar,
Já que não sei se o consegues.
No fim, nem tu me tens, nem eu te tenho,
Não sei se fico ou entretanto venho.
E o que me pedes é tamanho engenho,
Que tal dor é insuportável de se ver.
Essa que me transmites com o teu ser,
Que não conheço... Mas deixa-mo ter!
E no fim, não tenho nada,
E uma réstia de carinho, sabe a mágoa,
E um composto do olhar, sabe a prazer...
O prazer que sinto em apenas te ver,
Em conjunto com a dor de não te ter.
Mas sei que a mim só pertence o que não tenho,
Assim como o meu corpo, que me roubas com o teu ver.
Esse ver, que, no entretanto, só me faz enlouquecer.
Mas a loucura que me peço, é a loucura de te ter nas minhas mãos.
Essa marca que deixei, foi de sentir que sentes tanto esse prazer
Como aquele que guardo em mim, de te querer...

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