sábado, 19 de junho de 2010

Foi hoje que calei a noite
Logo quando começou.
Devagar, silenciei-a, por cedo nascer, do dia,
Com a luz que a abafou.
Então calei-a.
Passeei-me, fugidia.

Corri, esperando que as nuvens tapassem a minha face à noite.
Noite com nuvens não é noite, não tem estrelas, não tem lua.
Eu pensei ter calado a noite, mas a lua viu-se nua.
E as estrelas me abafaram, de vingança, num açoite.

E por fim, vi-me calada.
Com vontade de chorar.
Queria sentir-me amada,
Mas a noite deixou de me amar.
E por fim, digo boa noite
À noite que me calou.
E o carinho que lhe entrego,
Fingiu que não o tomou.
Mas receio o esperar pelo beijo
Decerto não o vou receber.
Não sei bem se o desejo,
A noite só mostra traquejo
Em fingir que quer proteger.

Sem comentários:

Enviar um comentário