quinta-feira, 18 de junho de 2009

Neste momento estou sentada na minha cama, como se quisesse fugir às nuvens e à chuva que abafam o tempo lá fora... Antes de chover, estava um calor abrasador, pelo que a chuva veio amansar e arrefecer o tempo quente... Soube-me bem receber aquelas gotas de chuva na minha pele, como se fossem beijos. Foi inspirador, embora nada se movesse a minha volta enquanto "os" recebia. Esta cidade é fantasma, e sem querer, talvez, situo-me no espaço e no tempo a pensar em ti, a depender de ti como inspiração para devolver esses beijos que a chuva me entrega, pensando eu que talvez sejas tu a envia-los. Mas não quero pensar assim, nem fazer-te pensar, já que é apenas a chuva a tocar-me sem um sorriso ou olhar, transparente, lúcida e fresca...
Nada se move, senão os pássaros como manchas negras no céu que esperam ansiosamente pela trovoada, como eu espero por ti... Sei que não vens, pelo menos agora, pelo que me tento a esperar, tentando não derramar o meu sangue na esperança de te ter... Se assim não for, sinto-me. certa, a morrer...
Não me recordo de ti nos dias de chuva... Talvez te tenha associado à certeza do calor do sol por seres quente como o meu corpo quando te vê... Um dia senti-te quase tão perto que nem a chuva, hoje, nos meus pés, no meu peito, ou nos meus braços... A chuva... Porque o mais perto que estiveste de mim, foi o coração...

Vou parar de sonhar e abrir os olhos para acordar... Como disse, estás longe... Como disseste, não podemos atirar-nos de cabeça a situações inconcretizáveis... Deixas-me continuar?

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