segunda-feira, 16 de março de 2009

O tempo só fala em silêncio...

O tempo só fala em silêncio
Só nos diz quem não queremos ouvir
Quando em pensamentos perdemos
O que temos e que nos faz fugir
Do que não nos quer.
As palavras são mentiras,
Se não forem, com a pele, acompanhadas.
Os suspiros não são mais que
Desesperos por ambíguas alvoradas.
De que falo, não sei,
Nem o que me faz falar.
Sinto-me vazia por não querer
O que teimas tu em me dar.
No meio do silêncio
No local que era o nosso
No local que será o nosso,
Escrevo.
Perco-me por não saber o que escrevo:
Não é poesia, como já a escrevi.
Não são versos soltos,
Mas não sei ao que se agarram.
Não sei o que perdi,
Nem sei se o perdi.
Não sei se te tenho,
Nem se me tenho a mim.
Sozinha para pensar
Naquilo que precisa de outro
Para sobreviver…
Mas não sei se o tempo está aqui.
Estou no silêncio,
Vejo-o passar no relógio,
Mas não fala.
Mais tempo espero,
Mas não sei se o quero.
Não sei ao que me agarro.
Às palavras, não!
Não quero depender de palavras.
Não quero depender de sonhos.
Não quero depender de nada.
Mas não sei se me tenho.
O café sabe-me a água.
Mas não sei o que perdi.
O tempo?
O tempo está aqui.

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