Saturou-se o pouco tempo
Com águas lavadas, saudade.
Falta só mais um segundo
Para se afundar o mundo,
Paraíso da verdade.
E como queria mentir-mo!
Não se contam prosas sem versos
Onde há carinhos adversos,
E o texto onde desarmo o impassível
Lavado em terreno visível,
Submerso num mar de rosas,
Como queria mentir-me!
São uns a seguir aos outros,
Palavras, segredos loucos
Sentidos e coagidos,
Saturam-se os tempos poucos
Vivendo-me os vãos suspiros,
Como queria menti-los!
E escreve-se poesia
Coagulada, não lida,
E que inventada se cria,
Como queria menti-la,
Como queria senti-la,
Ai, poesia querida!
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