segunda-feira, 20 de janeiro de 2014


Ai, que inveja do passado!
Disse-me deusa do fado.
Fado meu, este cantado
Em silêncio mal amado
De querer sem querer
O meu coração afogado
De volta.
Mas já não volta.

Ai, que inveja do cansaço
De já não ser.
Fado meu, retorna do abraço
Onde me quero adormecer,
Do silêncio mal amado
Fazer amor aconchegado
De volta.
Se é que não volta.

Pedra encharcada ao meu caminho,
Leva-me ao desassossego
Que o medo do amor cego,
É o meu melhor carinho.
Deixa-me ficar no fado
Do silêncio mal amado,
Que a lágrima que carrego
Não é digna
Deste grito mal cantado.

Faz-me mulher deste fardo,
Alimenta-me a fome de castigo,
Que o fado é meu amigo.
(Faz-me esquecer o passado.)

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