terça-feira, 21 de julho de 2009

Procuro a ternura onde sei que ela não há. Algures no vazio procuro a aceitação de mim num espaço que deveria ser já meu, por natureza, mas nele, de meu, nada tenho. Sinto-me perdida entre pedaços de tempo de descanso do cansaço que me faz o descansar... Descanso mal, pois nesses pedaços de tempo não encontro senão barulho, senão tristeza, senão repúdio de mim. Naquele lugar que deveria ser de conforto, de carinho, de refúgio, não tenho. Não tenho nada. E o quanto isso me dói. Dói-me nos pés, dói-me nos pulmões, dói-me na alma. Naquela alma em que procuro ternura, mas não sei... Não ma sei dar. E sofro por nada ter, nem um sorriso, nem um sim, nem um não. Apenas aquela constante sensação de desconforto e nada. Sinto-me doente, e por me sentir doente, tudo à minha volta fica doente para não me dar "o gostinho" de me mostrar inferior... De necessitar de carinho... Dói-me mais que se todo o mundo caísse por cima de mim como faca gigante. Sim, dói-me mais... Mas continuo sem ter nada, e por mostrar estas palavras só me dói ainda mais, por me rebaixar perante aqueles que as lêem. Deles também não terei carinho, deles também não terei ternura. Talvez seja pura demais, talvez seja dura... Mas dói-me! Quero ter a magia de me partir em pedaços microscópicos e invadir a natureza. Nela receber todas as sensações que me tragam ternura.... Não me verem e eu voar... E eu sentir tudo, tudo, tudo.... menos dor... E é tanta a dor de pensar na dor de não sentir, na dor de não tocar... E se chovesse nos meus lábios, no meu pescoço, no meu carinho... Seria tão doce o insabor da água, que nela quereria tudo, tudo, e até viver... Mas a chuva está lá fora, e eu estou doente, e não há ternura, nem abraço quente, e não há... Não há nada. Talvez a minha mente...

3 comentários:

  1. é o seguinte, vim parar ao teu blog e li este teu ultimo post...

    sinceramente, acho que nunca deves ter medo de mostrar aos outros o que sentes, ate porque isso é humano... e além disso, o facto de mostrares a outras pessoas que nao tu a realidade dos teus sentimentos, nao deve ser sentimento de rebaixamento, mas sim sentimento de alivio por, nem que seja um pouco, conseguires tirar o peso que pareces ter em cima da alma... sou um pouco ignorante nestas coisas...

    desculpa pela invasao...

    e continua a escrever assim...

    fantastica a forma como escreves!!

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  2. A seja quem for que tenha "invadido" o meu blog, muito obrigada pelas palavras de força que aqui deixou. Faz-me bem receber elogios sobre a forma como escrevo, apesar de não depender dessas palavras, sabe-me sempre bem, como já é de esperar :) muito obrigada pela invasão :D! Volte sempre!

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  3. Na situaçao de ver cada vez mais uma escrita deste calibre, tentarei aparecer o mais possivel, de modo a tambem poder tentar comentar certos posts, de forma a continuar a dar a força necessaria...

    Cumprimentos.
    *****

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