domingo, 12 de junho de 2011

Vou chamar o silêncio que se entende por estar só,
Respirar no seu relento..
Vou deitar-me nas rochas do chão que me foge
E mergulhar na água que me seca,
Porque não quero.

Vou chamar o fogo que se alastra por estar vento,
Respirar as suas cinzas...
Vou partir para ver o mundo parada contra 'horizonte
E ficar a ouvir o meu relógio,
Porque não quero.

E vou chamar, num grito mudo, essas memórias,
E vou contar sem me lembrar mais dessas histórias,
Escrever o mais bonito dos poemas,
E lê-lo como quem lê vãos teoremas...
E vou ficar deitada em sonhos nessas rochas,
Como se te esperasse mergulhada nessa água onde te alojas.
Vou deixar-me queimar pelo fogo, asfixiar,
Vou partir para não deixar o meu relógio parar,
Porque não quero.

4 comentários:

  1. O relogio nunca para... Mesmo parado ele concegue ter pelo menos em dois momentos do dia as horas certas, logo nunca para... Quem para e a nossa capacidade de com o imaginario fazer rodar os ponteiros... O fogo não queima, simplesmente aquece tanto que queremos o frio para ter o ameno... O silencio fala mais alto quando no barulho procuramos o grito mudo...

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  2. O relógio pára, se lhe dermos razões para se fixar naqueles segundos, minutos, horas. E por vezes é o imaginário que leva a que o tempo simplesmente desapareça. Aí o relógio pára, e por isso o não querer deixar que tal aconteça... Experimenta sonhar...

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  3. Sim, tambem é uma verdade... O tempo tem muitas maneiras de ser medido... Muitas maneiras de parar, ou andar mesmo parado... É curioso... Cada um gira conforme os ponteiros do sei relogio...

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  4. Por vezes giramos e nem precisamos do tic-tac dos ponteiros para nos embalar... Outras ficamos parados à espera que algo nos surja e nem sequer batemos o pé. Outras dançamos, embalados pelo que nos rodeia e nem sequer precisamos do relógio para nos dar ritmo... ;)

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