segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Dispo-me de sentidos
Para te ouvir falar.
Deixo-me seguir, caída dos teus braços,
Sabendo que fui eu a me atirar...

Dispo-me das rosas, do vento, de tudo,
Fui flor sem me deixar sentir.
Quis ser mais para ser tudo,
Ser nada pois nada é mudo,
Chegar e deixar-me fugir.

Malmequer quem me bem queira,
Terá, decerto, infortúnio.
Sou casa numa lareira,
Remos a arder,
Muito fumo.

Fui ver que a noite caía,
Deixei de me ver ali.
Diz-se que a noite está fria
E eu à espera de ti.

Dispo-me de sentidos
Para te ouvir tocar.
Sou nada.
Nada tenho mais,
Que os teus braços caídos,
À espera de me abraçar.

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