quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O sonho fica longe e não me volta,
Agarra no cascalho que ladrilha,
Um dia usei o sonho por estar morta,
Achando que é no sonho o que fervilha.

Quis ser fogo no vento que arrefece
Levar calor ardente ao que definha,
Achar que a cor é negra numa linha,
Que segue e em todas as cores decresce.

Fui, vaga, ao horizonte do horizonte,
Para encontrar o fim do que se acaba,
Fui longe sem sair deste meu monte,
Que por loucura insípida desaba...

Quem sou para amarrar os meus sentidos?
Ou pra querer sentir intensamente?
Sou nada no que se diz e se mente...
Sou vã e madrugada delinquente,
Nas coisas das palavras sou quem mente,
Por dizer-me ser omnipotente,
Por querer mais que o escrito que foi lido.

1 comentário:

  1. O sonho vai e volta... A maré do pensamento tambem tem destas aventuras... Quem diria que a lua era causadora das mares... Procura antes de tudo a tua Lua...

    ResponderEliminar