sábado, 9 de janeiro de 2010

Que neve.
Que neve, que no gelo é a fartura.
Que o tudo do que há no medo, o gelo fura.
E penetra.
Que neve.
Ou que o gelo da ingraça me entretante.
Se é tudo o que me querem,
Então, neve.
Não encontro bateria no que dão,
Não me deixam encontrar-me para a ter.
E de toda a alegria que há no chão
Não me importo de rastejar p'ra viver.
Mas então, que neve.
E molhada das loucuras eu me seco.
Porque o tempo já não há, nele não me perco.
Se gelada depois fico,
Quero gelo que derreta,
Não aquele que me congela num castigo,
Não aquele que me persegue sem razão,
Mas aquele que alegria me prometa.
Que neve!

Sem comentários:

Enviar um comentário