terça-feira, 29 de setembro de 2009




O Outono sabe a Primavera
Quando não mo roubas, com palavras.
E sentir que escrevo sem sentido
No sentido que me sigo em ter-te amigo,
Não tem cor, já me está gasta,
Em alvoradas.

Responder ao que é ambíguo: o teu desejo,
É sentir o medo do despejo,
É perder quando me dizes ser-te amada.
E se escrevo, no final, palavras soltas,
Não são mais que aquelas que em mim beijo,
E que não são, quando posso, em ti faladas.

É na confusão das letras que me inspiro,
Por saber que não é nelas que respiro,
Mas saber que tu me sentes em palavras,
É tirar a este Outono a Primavera,
É fazer nascer em mim tamanha fera,
É saber que à minha espera cova cavas.

Não sou mais que poetisa de mim mesma,
Por escrever o que me entendo sem ter cisma,
Ou esperar, de ti, ter mais do que me falas.
Mas o tempo são estações que se misturam,
É o Verão na Primavera do Outono
Que no Inverno das palavras que me furam,
Acumula sentimentos que me embalam...

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