terça-feira, 3 de janeiro de 2012

É ver as horas passar
Sem contar o tempo.
O tempo leva-o longe, o vento,
Achava querer-se amar.
Amar é longe no vento
E perto afogado no mar.

É ver as horas cair
De tempo contado,
Deixá-las querer-se matar.
É ver as horas cair,
É ver o tempo cair,
É vê-lo ir para longe com o vento
E lavá-lo afogado no mar.
Saberá o tempo do vento
Beijar o tempo do mar?
Tudo se resume a tempo:
Ao tempo que queremos ter,
Ao tempo que queremos dar.
Achando que o pensamento
Sozinho te irá lá levar,
Não é uma questão de tempo,
Mas sim de saber amar.

Já sou velha de tortura,
O que dói, sei, não vou torturar
Se sei bem que bem do tempo
Não há vida num momento,
Nem cardo para a agarrar.
E tirar vida do tempo
É fardo de suportar.
Não se vive de momento.
Acorda. Aprende a amar.

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